A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou no início deste ano, que esta será a década da Restauração do Ecossistema, uma vez que os “olhares” estão voltados para a intensificação destas ações como uma maneira de melhorar a biodiversidade. A estimativa é de que até 2030, cerca de 350 milhões de hectares de terras, no planeta, tenham sido restaurados.
Conforme a ONU, este trabalho resultará na redução do efeito estufa na atmosfera, além de gerar emprego e renda às comunidades. De acordo com a Organização, mais de 57 países, dentre eles o Brasil, já se comprometeram em realizar a restauração em seus territórios.
O apelo da ONU tem ganhado apoio de grupos que acreditam que enfrentar as mudanças climáticas é a melhor forma de garantir o futuro. É neste contexto, que surge a importância do trabalho desenvolvido pela Rede de Sementes do Cerrado (RSC), ou melhor, a compreensão da relação desta Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) e a “década da restauração”.
Com objetivo de realizar a restauração do Cerrado, por meio da semeadura direta, a Rede de Sementes vem colaborando na conservação deste importante Bioma, além de gerar renda às comunidades, onde vivem os coletores de sementes.
Através do apoio do projeto “Mercado de sementes e restauração: provendo serviços ambientais e biodiversidade”, financiado pelo CEPF (Critical Ecosystem Partnership Fund), a RSC comercializa de sementes nativas de Cerrado, que são vendidas às empresas responsáveis pela restauração de áreas degradadas. Estas sementes são coletas principalmente pelos coletores da Associação Cerrado de Pé, localizada na Chapada dos Veadeiros.
Ao todo, são vendidas 71 espécies de plantas nativas do Cerrado sendo 14 espécies de ervas, ou gramíneas, 15 espécies de arbustos e 41 espécies de árvores. Vale destacar que além da venda de sementes, o Projeto engloba várias ações que vão desde o acompanhamento de todas as fases da produção como a caracterização de áreas de coleta, capacitação dos coletores até o processo de restauração.