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    RSC vai restaurar mais de 25 hectares no Corredor Serra do Espinhaço pelo Projeto Sementes do Cerrado

    Por meio do projeto “Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia da restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade”, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) vai restaurar cerca de 25 hectares no Corredor Serra do Espinhaço, em Minas Gerais. A iniciativa conta com a parceria de coletores Geraizeiros, reforçando o protagonismo das comunidades tradicionais na conservação da biodiversidade e recuperação de áreas degradadas no Cerrado.

    De acordo com Natanna Horstmann, coordenadora-geral do projeto, as áreas a serem restauradas serão definidas após a consulta aos integrantes da Rede de Coletores Geraizeiros que é representada na forma legal pela Cooperativa de Agricultores Coletores Restauradores Agroextrativistas do Alto Rio Pardo- COOCREARP e ao ICMBio, gestor da  Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras (RDSNG), onde serão realizadas as restaurações.  

    A RDSNG abrange 38,1 mil hectares e está localizada entre os municípios de Rio Pardo de Minas, Vargem Grande do Rio Pardo e Montezuma. A região, situada na bacia do Rio Pardo, destaca-se por sua biodiversidade única, sendo uma área de transição entre os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga. Classificada como de prioridade e importância extremamente alta para a conservação, a reserva é resultado da luta de comunidades tradicionais, que há séculos habitam o território e pleitearam a proteção dos recursos naturais e o reconhecimento de seus modos de vida tradicionais.

    “As ações planejadas na RDSNG se conectam a iniciativas de restauração já em andamento no território, formando um corredor ecológico fundamental para a biodiversidade local. A parceria com os Coletores Geraizeiros, grupo formado por agricultores familiares, extrativistas e restauradores locais, fortalece o envolvimento comunitário e a valorização do conhecimento tradicional na restauração do Cerrado”, destaca Natanna Horstmann, coordenadora-geral do projeto.

    Coordenadora do Núcleo de Restauração da RSC e supervisora de restauração do projeto, Maria Eduarda Camargo explica que as principais estratégias de restauração a serem adotadas visam retirar o eucalipto, conservar o solo, trazer maior diversidade de espécies e retorno das funções ecossistêmicas.

    "A presença maciça do eucalipto na região causa um impacto significativo nos ecossistemas nativos e nas comunidades locais, principalmente pelo rebaixamento do lençol freático, que reduz a disponibilidade de água no solo. Esse foi um dos principais fatores que motivaram a criação da RDS, pois as comunidades locais passaram a enfrentar escassez hídrica devido à expansão do eucalipto sobre áreas de cabeceiras, nascentes e zonas de recarga de águas subterrâneas. Além disso, a extração intensiva de madeira nativa para a produção de carvão também se destaca como um fator significativo de degradação, intensificando a erosão, a sedimentação dos cursos d'água e a perda de biodiversidade. Esses dois fatores foram os principais impulsionadores da degradação ambiental na região”, detalha a supervisora.

     

    O Projeto

    Financiado pelo Edital Corredores da Biodiversidade da Iniciativa Floresta Viva, o projeto “Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia da restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade” visa restaurar 200 hectares em áreas estratégicas do Cerrado. Os esforços se concentrarão nos corredores de biodiversidade da RIDE DF-Paranaíba-Abaeté, Sertão Veredas-Peruaçu, Serra do Espinhaço e Veadeiros-Pouso Alto-Kalunga, abrangendo o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais.

    Com o objetivo de promover a inclusão social, fortalecer a economia local e destacar o papel das comunidades na conservação do Cerrado, a RSC executará o projeto nos próximos 48 meses, com foco na restauração inclusiva, mobilização comunitária e na capacitação de lideranças locais.

    Vale destacar que o Floresta Viva é uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a apoiar projetos de restauração ecológica nos biomas brasileiros. O Edital Corredores da Biodiversidade da Iniciativa Floresta Viva conta com o apoio do BNDES e da Petrobras, tendo o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como parceiro gestor.

     

    Texto: Thaís Souza

    Edição e revisão: Maria Antônia Perdigão

    Foto: Rodrigo Carvalho/Redario/ISA

    Publicado em 18/03/2025

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