A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) realizou, com a equipe de trabalho, nesta terça-feira (23), uma das oficinas do ciclo de debates sobre inclusão e diversidade. Com o tema Gênero como construção social: normas, poder e possibilidades, a atividade integra o plano de ação de gênero da RSC, que por sua vez compõe a Política de Gênero da instituição, em alinhamento ao projeto Governança Feminina que está sendo executado com apoio do CEPF por meio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
A conversa, que contou com 20 participantes, apresentou conceitos fundamentais para compreender as desigualdades de gênero. Entre os pontos foram abordados sobre a distinção entre sexo biológico e gênero, o binarismo, a não-binariedade, além da explicação de termos como cisgênero, transgênero e das siglas LGBTQIAPN+. “A oficina foi uma oportunidade valiosa para refletirmos sobre as diversas dimensões do gênero e sua relação com as desigualdades enfrentadas por mulheres, especialmente mulheres negras, e pessoas LGBTQIAPN+. A interseccionalidade é central nesse debate”, destacou Mari Rosa, consultora em inclusão e diversidade. O encontro também trouxe exemplos de como o patriarcado se manifesta na vida social, política e econômica, reforçando desigualdades salariais, a baixa representatividade feminina em espaços de liderança e a violência de gênero no Brasil.
Colaboradora da Semeia Cerrado, organização parceira da RSC, Giselle Lopes, comentou sobre o conteúdo da oficina e reforçou o valor de levar o debate sobre gênero para dentro das instituições. “Esta iniciativa é fundamental, porque trata o indivíduo como indivíduo, na sua complexidade, e reforça a importância de respeitar como cada pessoa quer e merece ser tratada. Também discutimos o papel social da mulher, que muitas vezes acumula funções e multitarefas sem o devido reconhecimento. Esses diálogos sobre diversidade de gênero e inclusão são muito necessários e precisam ser reforçados em todas as instituições. Só vamos combater a discriminação com conhecimento”, acrescenta, Giselle.
Na mesma linha, Jamily Pereira, coordenadora do Núcleo de Pesquisa da RSC, destacou a relevância do tema e o impacto interno da atividade. “Achei muito bacana porque gênero é um tema que, em geral, não desperta tanta curiosidade nas pessoas, apesar de ser fundamental para o nosso dia a dia e para as relações. Muitas vezes, quem já estuda o assunto já está predisposto a respeitar e a não reproduzir violências, mas quem mais precisa aprender, não se aproxima. Por isso, ter uma oficina como essa, no nível institucional, é muito interessante, uma vez que abre oportunidade para quem nunca teve contato ou não tinha tempo de se aprofundar, além de criar um espaço de diálogo para compartilhar vivências e aprender junto. Considero um privilégio, uma vitória e um avanço social termos uma iniciativa assim dentro da RSC”, completou Jamily.
Próximos passos
O ciclo de formações terá continuidade no próximo dia 07 de outubro, com uma oficina dedicada a marcadores sociais da diferença, branquitude e interseccionalidades, temas que podem contribuir para ampliar a compreensão da equipe sobre inclusão e justiça social. “A atividade representa um passo importante para a formação da equipe e o fortalecimento de práticas inclusivas na instituição”, adianta a consultora Mari Rosa.
Sobre o projeto
A política de gênero e diversidade integra o projeto "Governança Feminina: ampliando espaços e fortalecendo mulheres na restauração do Cerrado", executado pela RSC com o apoio do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF), que tem o IEB como equipe de implementação regional.
CEPF
O CEPF é uma iniciativa conjunta da Agência Francesa de Desenvolvimento, da Conservação Internacional, da União Europeia, da Fundação Hans Wilsdorf, do Fundo Global para o Meio Ambiente, dos governos do Canadá e do Japão, e do Banco Mundial. Uma de suas metas é garantir que a sociedade civil esteja envolvida com a conservação da biodiversidade.
IEB
O Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) atua como Equipe de Implementação Regional do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF). Sua missão é fortalecer os atores sociais e seu protagonismo na construção de uma sociedade justa e sustentável, por meio da formação de pessoas, fortalecimento e articulação de instituições e grupos comunitários, além da geração e disseminação de conhecimentos.
Publicado em 25/09/2025