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    RSC aplica ferramenta de diagnóstico aos coletores da Associação Cerrado de Pé, em Goiás

    Visando o fortalecimento dos grupos comunitários que atuam na coleta de sementes nativas, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC), realizou nos dias 1º e 2 de junho uma importante atividade na Comunidade Quilombola Vão do Moleque, no município de Cavalcante (GO). O destaque da ação foi a aplicação do Muvucômetro, uma ferramenta desenvolvida pelo Redário que vem sendo implementada pela RSC.

    A atividade reuniu a diretoria da Associação Cerrado de Pé (ACP), técnicos e coletores da região em um momento de escuta, reflexão e planejamento. O objetivo foi analisar, de forma colaborativa, as principais dimensões que estruturam um grupo coletor de sementes: estrutura organizacional, coletores, gestão de sementes, gestão administrativa-financeira, acesso ao mercado. 

    “O Muvucômetro é um diagnóstico que o Redário desenvolveu e que estamos aplicando em todos os grupos do Cerrado. Ele nos ajuda a entender os pontos fortes e os aspectos que precisam ser trabalhados em cada rede, a partir de cinco eixos estratégicos”, explica Natanna Hostmann, vice-presidenta da RSC. “É uma ferramenta completa, que olha para a organização interna, a gestão das sementes, a atuação dos coletores e também para como essa rede se posiciona no mercado. Com esses dados em mãos, a própria rede pode traçar seus próximos passos com mais segurança.”

    O diagnóstico é feito por meio de um questionário participativo, que gera uma pontuação de zero a cinco para cada um dos eixos avaliados. Mais do que identificar fragilidades, o Muvucômetro busca reconhecer as fortalezas construídas ao longo da trajetória dos grupos, apoiando-os na construção de planos de desenvolvimento que respeitem suas realidades e visem sua autonomia.

    “A ferramenta traz um retrato fiel da situação atual da rede, suas conquistas e seus gargalos. Além de ser uma avaliação, ela é um instrumento de apoio para que os próprios grupos possam planejar seus próximos passos com base em dados e reflexões coletivas”, reforça Natanna Horstmann.

    Capacitação 

    Durante a visita, foi realizada também uma capacitação voltada à coleta de capins e arbustos, que contou com a participação de cerca de 50 pessoas da comunidade. A atividade teve como foco a identificação de novas espécies, a padronização de técnicas de coleta e o planejamento das coletas ao longo do ano.

    A formação incluiu um dia de campo, no qual foram tiradas dúvidas sobre as espécies já trabalhadas e identificadas duas novas espécies de arbustos a serem inseridas na lista de coletas. “A condução prática ficou por conta de coletoras experientes e instrutoras locais, fortalecendo o protagonismo comunitário no processo formativo”, disse Natanna Horstmann.

    Ao final, houve um momento de planejamento coletivo, com a socialização das espécies mais demandadas pelo mercado e a discussão de acordos para organização interna das coletas.

    crédito das fotos:  Yasmin Tavares e Luciane Roxo

    Publicado em 04/06/2025

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