Muito mais do que um simples refúgio, o Parque Municipal José Lopes de Araújo, popularmente conhecido como Parque do Preguiça, tornou-se parte da identidade da Vila de São Jorge, Distrito de Alto Paraíso de Goiás (GO). Um tesouro que desempenha papel vital à comunidade. Com o objetivo de contribuir com a conservação da área, a equipe do Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar deu início às atividades de restauração no local.

A restauração se concentrará em um total de 7,1 hectares que margeiam ao mesmo tempo a Vila e o Córrego São Jorge, proporcionando o resgate de serviços ecossistêmicos realizados pela mata ciliar de um curso d’água, ao mesmo tempo que proporciona exuberante vista e área de convívio com a natureza para moradores e visitantes.

A primeira etapa, a queima prescrita para eliminação de vegetação exótica invasora, foi realizada em junho pela Brigada Voluntária de São Jorge em parceria com a Brigada Aliança da Terra, preparando o terreno para o plantio que está programado para novembro de 2024. Com essa ação, a beleza do Parque do Preguiça não apenas será resgatada, mas também os benefícios que ele traz para as vidas daqueles que residem nas proximidades.

Presidente do Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (COMDEMA), Piquerobi Freitas Pereira de Souza, conta que além da conservação do ecossistema, a área transformou-se em um local de lazer para a comunidade e esta iniciativa reforçará a qualidade de vida local, reafirmando o equilíbrio entre progresso e conservação. “Neste processo não podemos esquecer que as águas que correm por aqui, vão para dentro do Parque Nacional e que eventuais maus-usos da área como camping irregular, área de churrasco, podem gerar resíduos que derivam e afetam todo um ecossistema a duras penas preservado”, disse.

Segundo o gestor, “o objetivo é conscientizar a comunidade sobre a importância de pertencimento e a restauração do local desempenha um papel crucial na manutenção dessa fonte vital de água. Acrescenta-se a importância para a manutenção da história da Vila, pois o Parque abriga as ‘catras’ remanescentes da história do garimpo do cristal”, contou Pquerobi Freitas Pereira.

De acordo com presidente de COMDEMA, a expectativa é de que em breve o Parque Municipal do Preguiça seja expandido de 31 para 115 hectares. “Não se trata apenas de números, mas é um ato visionário de proteção, abraçando as áreas de morros com importância vital para a absorção da água e manutenção dos campos úmidos que alimentam essa paisagem que compõe ao mesmo tempo as microbacias do Rio Preto e Ribeirão São Miguel”.

Acordo de Cooperação Técnica

A iniciativa de restaurar a área do Parque do Preguiça contempla um Acordo de Cooperação Técnica assinada, no início do ano, entre a RSC e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agricultura Sustentável (SMMAAS), de Alto Paraíso de Goiás (GO). A medida representa ao município de Alto Paraíso de Goiás um avanço em prol da restauração do bioma Cerrado, uma vez que o intercâmbio permite a troca de experiências, informações e tecnologias. Coordenadora do Projeto Águas Cerratenses, Alba Cordeiro, ressaltou que a expectativa é de que a SMMAAS contribua com a equipe do projeto para o engajamento e sensibilização de potenciais beneficiários, bem como na articulação com os demais parceiros. “Essa parceria para nós do projeto é fundamental, pois dará maior visibilidade a iniciativa e consequentemente os resultados que buscamos atingir”.