A Rede de Sementes do Cerrado (RSC) participou, entre os dias 4 e 6 de fevereiro, no Polo da UnB Cerrado, em Alto Paraíso de Goiás, de um encontro que reuniu representantes das instituições selecionadas no edital Corredores da Biodiversidade, uma iniciativa do programa Floresta Viva. O evento contou com a presença de especialistas, lideranças comunitárias e representantes de organizações comprometidas com a restauração ecológica e a conservação do Cerrado.
A RSC é uma das instituições selecionadas no edital e executará o projeto "Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia da restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade", que pretende restaurar 200 hectares em áreas do Cerrado. A iniciativa busca promover a inclusão social, fortalecer a economia local e destacar o papel das comunidades no cuidado com o bioma.
Anabele Gomes, presidente da RSC
Representando a Articulação pela Restauração do Cerrado (Araticum) e o Redário de Redes de Sementes no evento, a presidente da RSC, Anabele Gomes, enfatizou a importância de uma abordagem inclusiva na restauração ambiental.
"Nosso projeto vem para fortalecer o trabalho que já realizamos. Estamos atuando em quatro corredores ecológicos diferentes, capacitando comunidades e ampliando a visibilidade da restauração inclusiva. A meta é restaurar 200 hectares e apoiar sete grupos de coletores e restauradores de base comunitária, promovendo aprendizado e transformando a vida das pessoas envolvidas", afirmou.
Para a gestora, o conceito de restauração inclusiva vai além da reposição de sementes e mudas no solo. Trata-se de valorizar e fortalecer toda a cadeia produtiva por trás desse processo, garantindo que as comunidades locais sejam protagonistas na restauração e manutenção dos ecossistemas.
"Quando falamos em restauração inclusiva, estamos falando de unir o conhecimento tradicional, que é tão valioso, com a ciência e a tecnologia. E, principalmente, de reconhecer e apoiar as pessoas que mantêm viva a biodiversidade do Cerrado", completou Anabele.
O projeto também reforça a importância do envolvimento direto das comunidades locais na conservação ambiental, garantindo a recuperação de áreas degradadas, bem como a geração de renda e a valorização cultural dessas comunidades. Com essa iniciativa, a RSC dá mais um passo na construção de um modelo de restauração ecológica verdadeiramente sustentável e socialmente justo.
Fotos: Alcileia Torres e Deusenir Santana
Publicado em 14/02/2025