Dando início às atividades de campo do projeto “Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia da restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade”, a equipe técnica da Rede de Sementes do Cerrado (RSC) esteve, nos dias 12 e 13 de março, na comunidade Água Boa II, no município de Rio Pardo, e na comunidade Roça do Mato, no município de Montezuma (MG), para realizar o diagnóstico das áreas a serem restauradas pelo projeto. Financiado pelo Edital Corredores da Biodiversidade da Iniciativa Floresta Viva, o projeto visa restaurar 200 hectares em áreas estratégicas do Cerrado, sendo 25 deles no Corredor Serra do Espinhaço.
Na ocasião, foi feita a apresentação do projeto aos coletores Geraizeiros, representados pela Cooperativa de Agricultores, Coletores e Restauradores Agroextrativistas do Alto Rio Pardo (Coocrearp), e aos técnicos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), gestor da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras (RDSNG).
Além de detalhar o projeto e alinhar as atividades previstas com os parceiros, a equipe visitou quatro áreas degradadas para avaliação e seleção dos locais a serem restaurados.
“Visitamos algumas áreas que possivelmente serão restauradas pelo projeto, mas é importante destacar que a escolha das áreas que serão restauradas está sendo realizada após consulta aos coletores da Coocrearp e aos técnicos do ICMBio, considerando as causas da degradação na região. Os Geraizeiros lutam há anos contra a expansão do eucalipto, que tem causado impactos expressivos nos ecossistemas nativos e nas comunidades locais, especialmente devido à escassez de água. Então, esse primeiro momento foi uma oportunidade para fortalecer parcerias e garantir que o projeto atenda tanto às necessidades ambientais quanto às demandas da comunidade”, destaca Natanna Horstmann, vice-presidente da RSC e coordenadora-geral do projeto.
A equipe do projeto também se reuniu com a diretoria da Coocrearp para tratar de questões operacionais, como orçamento e execução financeira, assegurando que todas as ações previstas possam ser implementadas de forma eficiente e transparente.
Sobre o projeto
Além da restauração ambiental, o projeto Sementes do Cerrado: caminhos para o fortalecimento da cadeia da restauração ecológica inclusiva nos corredores da biodiversidade visa fortalecer a cadeia produtiva de sementes nativas, gerando renda para coletores e coletoras locais e promovendo a inclusão social por meio da restauração de 200 hectares de áreas do Cerrado. A iniciativa também reforça a importância das sementes nativas como ferramenta para a restauração ecológica e a conservação da biodiversidade.
Os esforços se concentrarão nos corredores de biodiversidade da RIDE DF-Paranaíba-Abaeté, Sertão Veredas-Peruaçu, Serra do Espinhaço e Veadeiros-Pouso Alto-Kalunga, abrangendo o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais.
Vale destacar que o Floresta Viva é uma iniciativa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinada a apoiar projetos de restauração ecológica nos biomas brasileiros. O Edital Corredores da Biodiversidade da Iniciativa Floresta Viva conta com o apoio do BNDES e da Petrobras, tendo o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) como parceiro gestor.
Texto: Thaís Souza
Edição: Maria Antônia Perdigão
Fotos: Sirlene Barbosa
Publicado em 20/03/2025