Com o objetivo de acompanhar o progresso dos projetos de restauração de áreas degradadas no Norte de Minas Gerais, a Coordenadora do Núcleo de Restauração da Rede de Sementes do Cerrado (RSC), Maria Eduarda Camargo e a Coordenadora do Núcleo de Projetos, Jimena Stringuetti, realizaram, entre os dias 1º e 9 de outubro, uma série de visitas técnicas aos grupos de coletores e restauradores que, em parceria com a RSC, estão promovendo a recuperação de áreas degradadas da região.
No Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, a inspeção incluiu três áreas distintas, sendo duas já em processo de restauração e uma terceira que será trabalhada na próxima fase do projeto de Restauração Inclusiva em Escala no Cerrado. Segundo a coordenadora do Núcleo de Projetos, os resultados variaram entre as áreas visitadas. "A primeira área, restaurada há dois anos, apresenta resultados positivos, com o solo e a vegetação mostrando sinais de recuperação. Entretanto, outra área, localizada em uma vereda mais degradada, apresentou desafios maiores. A terceira área, que faz fronteira com a segunda, será o próximo foco da nossa restauração", explicou Jimena Stringuetti.
Durante a visita, a equipe também se reuniu com Dayanne Siqueira, gestora da Área de Proteção Ambiental (APA) e do Parque Cavernas do Peruaçu. A gestora mostrou-se receptiva às sugestões de apoio para a manutenção das áreas restauradas, oferecendo auxílio em serviços como capina, cercamento e construção de aceiros, fundamentais para a conservação dos locais já recuperados. "Dayanne acompanhou a visita ao campo e está comprometida em colaborar formalmente com o projeto, reforçando a importância de parcerias institucionais para a continuidade das ações de restauração ambiental", completou a coordenadora do Núcleo de Projetos.
Geraizeiros
No segundo dia de atividades, as coordenadoras da RSC visitaram a Rede de Coletores Geraizeiros, que é representada legalmente pela Cooperativa de Agricultores Coletores Restauradores Agroextrativistas do Alto Rio Pardo (COOCREARP). Na ocasião, foram realizadas visitas às áreas restauradas. “Observamos uma grande diferença na cobertura do solo, que no primeiro ano ainda estava bastante exposta, mas que agora já está bem mais saudável. Além disso, uma área anteriormente utilizada para o plantio de eucalipto foi restaurada, com a metodologia de semeadura direta apresentando bons resultados, incluindo o surgimento de oito pés de pequi, uma espécie nativa importante para a restauração ecológica”, destacou Maria Eduarda, Coordenadora do Núcleo de Restauração.
Ainda na região da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Nascente de Geraizeiras, as técnicas da RSC tiveram a oportunidade de falar sobre as atividades de restauração ambiental aos alunos de engenharia florestal do Instituto Federal de Salinas. “Foi uma ótima oportunidade de falar aos alunos do Professor Alessandro de Paula Silva sobre a atuação da RSC na restauração de áreas degradadas. Detalhamos a metodologia de semeadura direta e destacamos a importância do apoio às comunidades envolvidas no processo de coleta de sementes”, detalhou Maria Eduarda.
São João do Paraíso
Para avaliar uma nova área de restauração que será incluída na terceira fase do projeto[Nome do projeto], a equipe esteve em São João do Paraíso. A iniciativa será desenvolvida em parceria com a Cargill. Durante a visita, segundo Jimena Stringuetti, foi observado o potencial de regeneração natural da área, apesar da presença de eucaliptos, que serão removidos conforme o acordo previsto com o proprietário da terra. “O local, apesar dos desafios impostos pelos eucaliptos, apresenta um grande potencial de recuperação natural, o que nos traz boas perspectivas para a terceira fase do projeto”, acrescentou a Coordenadora do Núcleo de Projetos.
Além da avaliação da área, a equipe aproveitou para visitar a casa de sementes que está sendo construída na região. Ainda em fase de finalização, o espaço será fundamental para o armazenamento e o processamento das sementes que serão usadas nas atividades de restauração.
Publicado em 10/10/2024