Com o objetivo de conectar a universidade com os coletores de sementes nativas do Cerrado e conscientizar a comunidade acadêmica sobre a importância deste bioma, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) promoveram, com os alunos de ciências biológicas, atividades de campo na região da Chapada dos Veadeiros, dos dias 05 a 07 de agosto.
Ao longo dos dias, os acadêmicos que fazem parte da equipe do Laboratório de Termobiologia e do Jardim Louise Ribeiro, puderam identificar inúmeras espécies e tiveram a oportunidade, de visitar à Casa de Sementes em Alto Paraíso, onde compreenderam o caminho das sementes desde a coleta até o local de armazenamento.
Os universitários participaram ainda de um mutirão de homogeneização. “Fizemos coleta de chuveirinho e palipalan na Área de Proteção Ambiental (APA) Pouso Alto, visitamos as áreas de restauro no Mulungu e participamos ainda de uma trilha no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PNCV), com foco na identificação das espécies e a conscientização sobre os diferentes fitofisionomias com enfoque nas espécies herbáceos e arbustivas”, detalhou Anabele Gomes, vice-presidente da RSC e responsável pela área de Pesquisa e Desenvolvimento da Organização.
Para a Pesquisadora, levar os alunos do laboratório para o campo é uma forma de ampliar os conhecimentos.
“Fazer esta conexão para que os acadêmicos entendam que o trabalho que eles desenvolvem em laboratório é de suma importância. Deste modo, quando veem o processo como um todo conseguem compreender a amplitude do trabalho de pesquisa e análise que fazem”, acrescenta Anabele ao reforçar a importância da interface entre a pesquisa científica e o trabalho de base comunitária desenvolvido pela RSC.
Estagiária da Termobiologia, Ruth Hellen Oliveira Rodrigues, ressalta que as experiências vivenciadas em campo permitem a compreensão sobre a sua atuação na cadeia produtiva de sementes nativas. “Foram engrandecedores os momentos que vivemos durante esses dias porque além de aprender sempre mais sobre o caminho da semente e sobre o trabalho dos coletores e das pessoas que trilham esse caminho conosco, a gente também pôde conhecer mais sobre onde estamos inseridos, em que parte dessa cadeia da restauração nós atuamos, porque nosso trabalho é importante, como ele agrega em toda essa engrenagem”, completou a acadêmica.
O sucesso das atividades só foi possível pela participação da Professora Cássia Munhoz, do representante da Cerrado de Pé Claudomiro Cortes e da Responsável Técnica da RSC Natanna Horstmann que estiveram presentes nas atividades.
Vale destacar que o Jardim Louise Ribeiro, primeiro jardim naturalista de Cerrado do mundo, foi implementado por semeadura direta, conforme técnicas utilizadas para a restauração de áreas degradadas. O local leva o nome da estudante de biologia Louise Maria da Silva Ribeiro, morta em março de 2016 na UnB, vítima de feminicídio.
Publicado em 09/08/2023