Na última quinta-feira, 19, a Rede de Sementes do Cerrado (RSC) e a Associação Cerrado de Pé (ACP) realizaram uma capacitação no Assentamento Real I, em Colinas do Sul (GO). A ação integra o Projeto Águas Cerratenses: semear para brotar, cujo objetivo é fortalecer o conhecimento dos coletores locais sobre técnicas de manejo e beneficiamento de sementes nativas, fundamentais para a restauração de áreas degradadas do Cerrado.

Vice-presidente da RSC e coordenadora do Núcleo de Produção de Sementes, Natanna Horstmann explicou que a capacitação foi realizada na casa do coletor José Universo e contou com a participação de 11 moradores da região. “Durante a nossa atividade, realizamos algumas práticas de coleta de sementes de espécies como sucupira-preta, amargoso árvore e  pau-jacaré. Além disso, conseguimos identificar algumas árvores presentes na região que podem ser incorporadas à nossa lista de espécies, como a bananeira-do-cerrado, que já está quase confirmada. A coleta foi direcionada para espécies com alta demanda neste ano, e que serão oriundas dessa região”, acrescentou Natanna Horstmann.

A vice-presidente destacou que o último módulo do curso foi uma oportunidade para revisar a parte teórica já abordada em aulas anteriores, além de discutir questões comerciais e logísticas relacionadas à coleta, como preços das espécies mais demandadas e acordos. "Revisamos todos os acordos da Cerrado de Pé, alinhamos os combinados iniciais, discutimos os preços das espécies e os detalhes sobre o pagamento. Também falamos sobre as espécies mais requisitadas que serão coletadas nesta região”, completou.

A capacitação faz parte de uma série de encontros promovidos pelo Projeto Águas Cerratenses, que visa apoiar a restauração de um dos biomas mais ameaçados do Brasil. A iniciativa contribui diretamente para o fortalecimento das cadeias produtivas de sementes nativas, gerando renda para as comunidades locais e garantindo a conservação da biodiversidade do Cerrado.