Coletas, trocas de experiências, aprendizados e muitas, muitas fotos. Após três semanas chega ao fim o curso de Coleta de Sementes para Restauração do Cerrado, promovido pela Rede de Sementes do Cerrado (RSC) e Associação dos Produtores Agroecológicos do Alto São Bartolomeu (Aprospera). Com o objetivo de capacitar pessoas interessadas em transformar a coleta de sementes do Cerrado em uma fonte econômica, a iniciativa abordou diversos conteúdos desde à coleta ao armazenamento, bem como planejamento e organização para a venda.

O curso que contou com mais de 70 participantes, aconteceu na na modalidade semipresencial e foi dividido em seis módulos. Além do conteúdo curricular os alunos tiveram acesso a materiais complementares, duas aulas de bate-papo para esclarecimento de dúvidas e duas aulas de campo que aconteceram na Floresta Nacional de Brasília (Flona) e no Assentamento Oziel Alves III (sede da Aprospera).

Jade Leão Serrano, acadêmica de medicina veterinária, ressalta seu interesse pela flora brasileira. “Estudei parte da minha vida animais silvestres e resolvi migrar de animais silvestres para produção de alimentos quando percebi que não fazia sentido recuperar um animal, botar ele numa mata que não tem água nem comida para eles sobrevivam e permanecerem naquela população ali, ou seja, a fauna não se sustenta sem a flora”, ponderou.

Presidente da RSC, Camila Motta destacou que as aulas em campo complementam as atividades. “Esta área de 20 hectares foi plantada através da semeadura direta. O plantio foi realizado há quatro anos e, neste caso, as pessoas têm a oportunidade de ver o resultado do plantio de capins, tiram dúvidas diretamente com a gente e, acho que o olho no olho é maravilhoso e agrega bastante conhecimento”. A bióloga menciona ainda a emoção “de reunir pessoas que não conhecem muito sobre o Cerrado, com aquelas que são apaixonadas pelo bioma e ver que todas estão interessadas em contribuir para um mundo melhor”, completou.

Colaborador da Tikré, empresa executora das aulas em campo, o técnico ambiental, Alff Lima, evidenciou que a maior dúvida dos cursistas foi em relação às gramíneas, uma vez que há uma certa dificuldade de diferenciar as nativas das exóticas. Ainda assim, de acordo com ele, “o grupo conseguiu absorver bem as ideias, as dúvidas em sua maioria foram sanadas e a partir de agora o mais importante é manter a prática para ter domínio acerca do assunto”. No encerramento a equipe da RSC realizou o sorteio do livro ERVAS e ARBUSTOS Para Restauração do Cerrado: semeadura direta e do Calendário de Coleta de sementes nativas do Cerrado.